Reunião do Mercosul. Lembrando 1994 em Ouro Preto

Mercosul. De Ouro Preto ao Paraguai. Recordações e conclusões ainda imaturas. Lembro daquela cobertura que fiz em 1994. Dezembro de 1994. Vi a euforia de um presidente mineirissimo e equilibrado. O Itamar Franco. Conheci o presidente argentino da ocasião, Carlos Menen, além de ter feito amizade com o jornalista da Veja, Izalco Sardemberg, que me esclareceu detalhes importantes do bloco ainda bebê que podia crescer e fortalecer a América Latina. Pena que perdemos o Izalco há uns 4 anos e nosso Itamar também se foi. Mas ambos me trazem uma forte necessidade de repensar o curso que o tal Mercosul pudesse trilhar como vemos agora na reunião no Paraguai sem a presença do extremista Milei. O discurso lido pelo presidente Lula foi prudente, comedido, não assinou recibo das provocações do polêmico Hermano que ora ocupa a casa Rosada. Em alguns almoços nos anos seguintes reencontrei Izalco em Sampa quando eu atendia a Associação de Empresários espanhóis e ele sempre repetiu que o Mercosul ia ser difícil de ser definido porque teríamos que aparar muitas arestas regionais conflitantes. Constato isso hoje. Com certeza. Essa cordilheira que nos atravessa com seus picos andinos e essa imensa Amazônia que abrange tantas nações podem representar nossa busca por equilíbrio. Temos tantas riquezas naturais e tantas seculares desigualdades com o desgaste da exploração escravagista e o lastro de colonização baseada em tomada de bens minerais. Inúmeros fatores para sermos concorrentes entre si e não acordarmos desse sono previsto para os povos
sem o exercício pleno de sua soberania e nacionalidade genuínas. Somos a América Latina em furdunço constante. O que vamos esperar do encontro em Assunção? Talvez um documento nem tão Progressista como deveria ser. A chanceler Argentina está presente e defende pautas conservadoras e negativistas . Deu saudades agora da mineirice do Itamar que fez desfilar os dragões da Independência na praça de Ouro Preto com o espírito de Tiradentes nos saudando a gente da América Latina. Deu também muita saudade do amigo Izalco me falando sobre a vulnerabilidade do bloco. Mas me dá ainda uma esperança resiliente além de latente, de repetir o Caetano. " soy loca por ti América ". Cida Torneros

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