Peru, Chabuca e Mario Vargas Llosa

Em 1972, pisei pela primeira vez, uma terra fora do Brasil. Era Lima, no Peru, em parada a caminho do Japão. Eu tinha 22 anos. Ia a trabalho, como repórter da revista O Cruzeiro. Naquelas 4 horas de espera, nos foi permitido descer da aeronave e caminhar nos arredores do aeroporto. Tive a companhia de uma jovem chinesa que retornava de São Paulo, para o Japão. Compramos anéis e pulseiras de prata vendidos por indígenas peruanos com suas vestes características. Imaginei que um dia ali voltaria. Já se passaram mais de 50 anos. Nunca voltei fisicamente, mas tenho feito incursões através de música e literatura constantemente por aquelas bandas. Esta semana, com a morte do polêmico escritor Mário Vargas Llosa, me vieram as lembranças do primeiro livro dele que li. " Tia Júlia e o escrevinhador". Aprendi a respeitar sua obra embora discordante muitas vezes das propostas que parecia pregar no campo político. Por último, da sua união com a ex esposa de Júlio Iglesias, a socialite Isabel Presley, deduzi que seu machismo latino estrutural era mesmo prevalecente, pelas crises de ciúmes relatadas pela sra. Isabel, mas não apagou o brilho da sua trajetória Literária de vencedor de um prêmio Nobel. Quanto à musica, entre tantas expressões, toca-me sobremaneira, o legado de Chabuca Grande. Naquele amanhcer, quando o avião subiu rumo à Los Angeles, observei o nascer do sol, avistei a cordilheira dos Andes, e nunca esqueci. Era 1972, século XX. Atualmente, há questões políticas acontecendo com asilo de ex-primeira dama. O mundo roda. Em 2025, muito bom lembrar de tudo isso! Melhor ainda é poder reviver a sensação de iniciar vida profissional tão intensa, e ter sido testemunha de época em que o tráfego aéreo internacional era ainda pequeno, frágil, quase interurbano, entre os países da América Latina. Cida Torneros

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