Doar-se! Além do pescoço. Muito além!

Doar é um verbo nosso de cada dia. Nos dias em que nos encontramos no Brasil, passou a ser uma sucessão de necessidades humanas sem medidas. As muitas histórias que a mídia nos traz sobre a tragédia no Rio Grande do Sul, são passadas em compasso avassalador. Resgate de animais domésticos e até de cavalos , por exemplo , chegam a um tamanho grau de impacto que nem conseguimos digerir tudo sem somatizarmos. Pessoalmente, sinto um ímpeto de estar lá, abraçando criaturas, vítimas e voluntários, policiais e bombeiros, efetivos militares, jovens e idosos que se dispõem a fazer o que podem numa corrente solidária incalculável. Ontem, por exemplo, tive uma crise pessoal pedi à moça que me atende como acompanhante que separasse todas as roupas de frio , cobertores e cachecóis para ,empacotados, levar ao posto fos Correios. Estão na minha sala, aguardando serem lavadas e guardadas em caixas para serem despachadas. São poucas mas sinto que vão levar meu carinho para irmãos e irmãs que passei a sentir como se fossem minha própria família. Penso que há nessa história toda um sem número de lições para todos nós. Em 1992, como jornalista, trabalhei na RIO 92 e tinha tanta esperança. Ao longo de décadas busco manter a esperança e a fé como escudos para enfrentar mudanças de vida, intempéries e agruras que nos surpreendem diariamente. O noticiário deprime porque há guerras e fome em muitos cantos do Planeta. Há sempre injustiças e egoísmos mas estes se tornam pequenos diante da dimensão que a catástrofe assumiu em nossos corações e almas. O que nos resta é lutar sempre. Doar-se virou o verbo conjugado do momento. Doa-se amor e doa-se o pensamento positivo. É necessário refletirmos os modelos de construções e ocupação das terras em torno das bacias hidrográficas. Fica evidente o quanto qualquer governante ou qualquer candidato a cargo executivo ou legislativo precisa se comprometer com o futuro das cidades e suas ocupações de formas irregulares devem ser fiscalizadas , acompanhadas e orientadas em nome da dignidade. Leis e existem muitas porém em troca de votos e poder impera a tal Costumeira "vista grossa". Acabemos com ela. Nunca mais a maldita irreverente postura de achar que é possível se achar distante e deixar acontecer. Todos somos responsáveis pela sobrevivência da vida no Planeta. seja ela animal ou vegetal, humana ou não. Estamos comprometidos queiramos ou não. Além do pescoço! muito acima! No céu, talvez! Cida Torneros

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