o amor e os namorados no capitalismo

Nossa geração nascida pós segunda grande guerra. Fomos contaminados pelo romantismo Hollywoodiano dos amores capitalistas. Festas. Casas suntuosas . Datas comemorativas para vender presentes. No hemisfério nort o dia de San Valentin. Fevereiro . Aqui o dia dos namorados coladinho ao do Santo Antônio casamenteiro. No fundo o que vale é o faturamento comercial do sentimento que rende flores ou chocolates ou anéis ou patrimônios de famílias. Tudo caminhando em paralelo com o empobrecimento da maioria das populações e a ilusão de amores pré fabricados com hipóteses de final feliz. Não fugi ao padrão. Sempre namorei. Dentre muitos destaco um. Antoine o francês filho de portugueses. Nos conhecemos em Paris. Era o lugar ideal para vivermos o tal amor de enredo. Na maturidade. Ele com 58 operário da Peugeot e eu con 59 conhecendo a cidade dos sonhos com 40 anos de atraso. Passeios. Cafés . Metrô e Mont Matre. Notre Dame. Croissants e vinhos. Queijos com direito a promessas jamais cumpridas. É ou era do jogo. Em 2014 ele veio passar o réveillon no Rio. Praia. Almoços no bar do Siri. Mas o mundo estava mesmo confuso e nada foi adiante. Muita reflexão. Muito champanhe e caipirinha. Cada vez as populações ficavam mais pobres e testemunhamos a invasão dos temas de violência e guerras no cenário do audiovisual. O meio ambiente passou a ser a melhor pauta. Nada será como antes. O crime tomou o lugar dos beijos de amor. Os apaixonados hetero ou homo aprenderam a ficar sem grandes expectativas. As estatísticas demonstram que os casamentos se desfazem com maior rapidez. Bem ainda sobram uns conservadores à direita defendendo família pátria e afins. Os jovens curtem suas mocidades com olimpíadas e esportes. Competição também é palavra de ordem. Política partidária é comércio também. Não há como correr desse quadro dissolvido. O amor não morreu mas derreteu com o aquecimento global. Há um intenso movimento de desertificação no Planeta. Como acreditar ainda em amor ? Lembro-me de Erich From dizendo impossível haver amor no capitalismo. Existem interesses. Ele escreveu. Apesar de tudo a nossa geração acreditou. E tentamos sim Na ilusão. No escurinho do cinema chutando drops de aniz . Ou namorando em Paris! Cida Torneros
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