Guarde a última dança pra mim
No baile da vida os pares volteiam em torno de movimentos que articulam ora poder, ora afeto, ora ódio, e muitas vezes um infeliz descompasso.
Nestes tempos atuais parece que perdemos o ritmo totalmente no que tange ao bom humor e ao bom viver. Paira no ar um excesso de mentiras e um outro tanto de hipocrisia.
Que clube de bairro é este em que os dançarinos trocam de parceiros de acordo com seus interesses demasiadamente excusos?
Vale rodopiar sobre seu próprio ego. Aliás é o que eles e elas mais fazem.
Verdadeiros pavões engalanados se mostram para o delírio de plateias ávidas de ascensão social ou sobrevivência de espécie.
Uma promessa de última dança tende a encerrar um ciclo de anos supostamente dourados.
Em resumo, entramos na rota do fogo amigo.
Se você guardar para mim a última dança numa noite dessas, creia que esperei por isso uma vida inteira.
Desculpe minha falta de jeito.
Perdi o dom de crer em canções fantasiosas. Prefiro aguardar as votações de eleições em turnos diversos. Todos passarão e a vida seguirá seus rumos divergentes.
Dançaremos rodeando fogo de vulcões. Tentaremos manter aparências de estarmos felizes.
Quem sabe alcançaremos o verdadeiro sentido da vida ao final da última dança?
Sobre as cabeças os mísseis. Sob nossos pés o sonho do tal futuro sonhado.
O Planalto central do país nos distancia da República federativa.
Mas voltemos ao saldo dos chás de cadeiras.Um povo miscigenado
espera por nós pra encerrar
ou recomeçar a Glória da Democracia.
Cida torneros
Guarde pra mim a Glória da Democracia e
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