GETÚLIO VARGAS: 24 DE AGOSTO DE 1954

Na data de hoje em 1954 o Rio de Janeiro que era a capital do país acordou em choque. O presidente Getúlio Vargas suicidou-se na madrugada com um tiro no peito deixando uma carta para o povo brasileiro. Foi no Palácio do Catete que hoje abriga o Museu da República. No final do texto, ele escreveu: saio da vida para entrar na história. O Brasil parou. No Rio a multidão foi se despedir e acompanhar seu corpo até o aeroporto para o voo que o levou à sua terra, São Borja, no Rio Grande do Sul. Era o desfecho trágico para uma crise política que se arrastou pressionando o ex ditador ao gesto extremo. Não vi nenhuma reportagem ou registro sobre a data de hoje. Imagino que as novas gerações conheçam algo sobre esse episódio mas foi uma época em que a informação não dispunha nem de televisão e não existiam ainda as redes ou mídias digitais. Getúlio se tornou um personagem estudado porque tanto foi odiado nos tempos de ditador como passou a ser querido na fase de presidenterepublicano e ágil defensor do trabalhismo conquistando grande adesão popular. Nesta data, passado mais de meio século, nos vemos diante de uma crise também política às vésperas de eleições presidenciais. Haverá um desfecho que desejamos não seja trágico. Getúlio deixou marcas profundas embora não se mencione isso constantemente. Seus herdeiros políticos, Jango e Brizola, tiveram destinos passíveis de lamentações. Jango foi presidente deposto por uma ditadura militar e Brizola não conseguiu chegar a ocupar o cargo da Presidência. Atualmente, o trabalhismo aparece implícito nos ideais do PTB e na origem do PT. Há um legado de Getúlio que aguarda estudos mais profundos. Quem lembra como eu, da comoção daquele 24 de agosto, sabe que a cada crise corresponde um desfecho inesperado ou até previsível. Será? Cida Torneros

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