Cronica da mulher perdida que tenta se reencontrar
A rua está nua. Os meliantes atacam e roubam celulares, fios, antenas, bolsas, dignidades, alimentos, sonhos.
Estou confusa com a hora da minha sessão de análise. O Brasil parece falido e eu me sinto fora da caixinha.
Também terei fisioterapia logo mais.
Minha prima Dolores de 90 anos teve AVC e foi pra casa de repouso no Oregon.
Lembro quando veio ao Brasil conhecer sua tia, minha avó paterna.
Era linda e alegre. Tinha deixado os três filhos com o marido e uma baby sitter.
Nunca mais voltou. Mas mantivemos contatos por carta , telefonemas e Internet.
A vida correu. Temos perdido pessoas.
Descubro que eu também estou me perdendo. Esqueço tudo. Mas resisto.
Pelo menos tento. Estudo filosofia. Isso me ajuda muito a refletir.
Sócrates me inspira. Investigar os porquês deste mundo me deixam doida.Jesus me socorre. Os gatos me fazem companhia.
Comi iogurte com mel. Uma forma de me rebelar. Diabetes e pandemia. Guerra e Sonhos. Saudades e adeus aos bons tempos.
Pedaços de nós boiam sobre oceanos de possibilidades.
Talvez nos vejamos ainda uma vez.
Talvez não.
O que sei é que nada sei. Melhor esperar a análise.
Quem sabe me reencontro? Vejo que estão vestindo as ruas de luzes coloridas.Em homenagem aos tolos. pra fazer de conta que está tudo bem!
Cida Torneros
Cansada
ResponderExcluirMas resisto
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